A minha história começa como todas as histórias, com “Era uma vez” um pequeno ser, que estava no local mais acolhedor do mundo, onde tinha tudo o que queria para ser feliz, tinha amor, carinho, compreensão, comida.
Ele sempre se interrogara como fora ali parar, mas também não lhe importava muito, porque já tinha ouvido alguém dizer que tinha sido fruto de amor, e que estavam todos contentes por ele estar ali.
Ele adorava aquele espaço, era a sua casa, e adorava descobrir as partes que constituíam o seu pequeno corpo, gostava especialmente de uma parte que se chamava “mão”, porque era muito engraçado mexer com essa tal mão no nariz. O pequeno ser adorava música, especialmente música clássica, e adorava dançar, o que ele achava que desagradava a alguém, pois quando ele se mexia de mais ouvi-a a reclamar. Mas também adorava mexer-se demais pois sabia que quando isso acontecia, podia sentir algo a tocar na sua casa, e não sabia bem porquê mas gostava desse toque e daquela voz grave.
Mas houve um dia em que o pequeno ser não sabia o que se estava a passar, começou a sentir-se muito agitado… E de repente, sem saber muito bem como, estava ao colo de uma senhora muito bonita e com um doce sorriso, ele achava que a conhecia, de algum lado. Passado um momentos ouviu aquela voz grave que tanto gostava, e sentiu o toque que sentira há uns tempos atrás.
O pequeno ser não era mais apenas um pequeno ser, era uma criança.
- Olá Pedro – disse a senhora simpática – sou a tua mãe.